Conselho de Direitos Humanos apoiou resolução com 25 entre 47 votos.
Confronto deixou mais de 1.400 palestinos e 10 israelenses mortos.
O Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU aprovou nesta sexta-feira (16) um relatório que condena Israel e o movimento islâmico palestino Hamas por crimes de guerra durante a ofensiva israelense iniciada no ano passado contra a Faixa de Gaza.
Dos 47 países que formam o Conselho, 25 apoiaram a resolução sobre o relatório Goldstone, seis a rejeitaram, 11 se abstiveram e 5 não votaram.
O Brasil foi um dos países latino-americanos que apoiaram a resolução.
Só os países islâmicos, africanos e não-alinhados deram um "sim" unânime ao texto, que contou também com o apoio de alguns países latino-americanos, enquanto os europeus votaram divididos.
Em 2 de outubro, o Conselho decidiu adiar a resolução sobre o relatório Goldstone - que acusa o Exército israelense e o Hamas de cometer crimes de guerra durante a citada ofensiva contra Gaza - até a próxima sessão de março, a pedido dos copatrocinadores da mesma.
No entanto, devido à pressão interna sofrida pelo governo palestino para que a resolução fosse debatida e votada, o Conselho convocou uma sessão especial que aconteceu entre quinta e sexta.
A resolução condena Israel por não colaborar com a missão de investigação, e solicita que sejam aprovadas as recomendações contidas no relatório, que incluem que o Conselho de Segurança da ONU leve ao Tribunal Penal Internacional o caso da ofensiva de Gaza, que causou a morte de 1.400 palestinos e dez israelenses, se Israel e Hamas não fizerem averiguações sobre os fatos.
Além disso, a resolução solicita que todos os órgãos das Nações Unidas, incluindo a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança e secretário-geral, Ban Ki-moon, e a alta comissária para os Direitos Humanos, Navi Pillay, zelem por que as recomendações sejam cumpridas.
A Organização de Países Islâmicos, patrocinadora do texto, incluiu uma modificação para que a resolução fosse mais ampla e buscasse que todas as violações de direitos humanos, e não só as cometidas por Israel, sejam perseguidas e julgadas, algo que foi justificado como uma demonstração de flexibilidade.
Ao defender a resolução, o embaixador palestino, Ibrahim Khreishe, disse que seu país "não condena Israel nem Hamas, mas defende o direito internacional humanitário e busca que todos os assassinos, sejam do lugar onde forem, não fiquem fora da Justiça, nem fiquem impunes".
Israel se limitou a dizer que a resolução "era desequilibrada, porque não há uma só menção ao Hamas".
Essa posição foi apoiada pelos Estados Unidos, cujo representante, Douglas M. Griffiths, se mostrou "decepcionado com o resultado e pelo fato de terem sido tomadas decisões às pressas".
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