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sábado, 15 de junho de 2013

Jornada Feliz



Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

 
Há 102 anos, dois jovens estrangeiros empreenderam uma viagem ao nosso querido Brasil que, do ponto de vista meramente humano, tinha tudo para dar errado, sem nada que apontasse para uma jornada feliz. Eles tinham sido enviados por Deus com uma mensagem para uma nação cuja língua e costumes do povo desconheciam por completo. Eles também não tinham dinheiro nem organização religiosa alguma que lhes desse suporte. Passageiros da terceira classe do navio a vapor Clement, os jovens missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren demoraram catorze dias de viagem para, finalmente, aportarem na Estação das Docas, em Belém.
A cidade que Berg e Vingren encontraram, no início do Século XX, foi uma pequena Belém, de economia decadente com o fim do ciclo da borracha, a qual não dispunha de saneamento básico adequado e cuja população enfrentava uma terrível condição de saúde pública precária em razão dos surtos de febre amarela, malária, lepra e tuberculose, assim como de outras doenças tropicais.
Quando começaram essa obra pentecostal, depois denominada de Assembleia de Deus, o pequeno rebanho que conseguiram reunir contava com menos de vinte crentes, sem personalidades de destaque em qualquer área da sociedade belenense. Além disso, enfrentaram cerrada oposição de outros grupos religiosos, com calúnias e difamações as mais diversas, inclusive na imprensa.
Tudo lhes era adverso, eles não tinham nenhuma possibilidade humana de garantia de sucesso, nada que pudesse apontar para uma jornada feliz. Graças a Deus por isso. Eles tinham apenas uma certeza: Deus estava com eles e, exatamente por isso, Ele faria tudo para que o empreendimento germinasse e crescesse, e também produzisse incontáveis e permanentes frutos. Desse modo, a própria história diria, finalmente, que a jornada fora feliz porque contara com a aprovação Divina sobre o trabalho desses dois homens que ousaram obedecer ao comando do Senhor, mesmo sem nenhuma garantia de sucesso.
Uma jornada, para ser feliz, não pressupõe a ausência de lutas, problemas e desafios. Feliz, aqui, não significa apenas estar intimamente contente, alegre e satisfeito; muito mais que isso, é um estado de espírito que identifica a bênção de ser bem sucedido, bem aventurado, vitorioso, a despeito das lutas e dificuldades do caminho, tudo por causa da graça de Deus. Enfrentando lutas hercúleas, problemas grandiosos e desafios quase intransponíveis, foi nesse ambiente totalmente adverso que Deus coroou o esforço desses dois jovens missionários pioneiros com uma jornada feliz que chegou até aos nossos dias. Um dia, assim como Jesus, eles verão o fruto de penoso trabalho de suas almas e ficarão satisfeitos (Is 53.11).
É precisamente a essa jornada feliz, iniciada há 102 anos, que estamos dando continuidade. É a nossa geração, como pioneira do Bicentenário, que tem a honra de levar avante, na mesma disposição de espírito, na mesma fé e perseverança, essa jornada feliz.
Desse modo, nesta grande celebração de seus 102 anos de Jornada Feliz, a Assembleia de Deus em Belém tem a honra de convidar a todos os belenenses para participarem conosco destas festividades.
Como parte da programação festiva, hoje (15), estamos fazendo uma Maratona de Jornada Feliz nos bairros de Guamá e Terra Firme, a fim de compartilhar a nossa alegria e levar aos seus 160 mil moradores uma palavra de amor e alegria da parte de Deus, as boas novas de salvação plena em Jesus Cristo. A nossa oração é que cada cidadão seja abençoado, assim como sua família, e receba de Deus a paz e a alegria da Salvação que só Jesus pode conceder. Estaremos andando em todas as ruas e passagens desses bairros, oportunidade em que visitaremos os lares e faremos orações por todos aqueles que quiserem, invocando o poder do Senhor Jesus para curar e transformar vidas.
Neste Domingo (16), às 19h, teremos a Celebração de Abertura no Centenário Centro de Convenções, assim como nos outros 507 templos da Igreja em Belém.
Na segunda-feira (17), a partir das 9h, teremos o Impacto Pentecostal no Templo Central. Às 10h, haverá uma Sessão Solene na Assembleia Legislativa do Pará. Às 19h, daremos continuidade à Celebração no Centenário Centro de Convenções.
Na terça-feira (18), comemoraremos o Dia da Assembleia de Deus com uma solenidade na Câmara Municipal de Belém, às 9h. À tarde, a partir das 17h, instalaremos a Convenção Centenária da Igreja-mãe da Assembleia de Deus no Brasil, no Centenário Centro de Convenções, oportunidade em que consagraremos novos obreiros e avaliaremos a caminhada da nossa Jornada Feliz. Finalmente, às 19h, faremos o Culto de Encerramento das Celebrações, também no Centenário Centro de Convenções, quando todo o nosso povo agradecerá mais uma vez ao Senhor Deus, “para lhe pedirmos Jornada Feliz para nós, para nossos filhos e para tudo o que é nosso” (Ed 8.21).
O nosso lema é: Assembleia de Deus em Belém – 102 Anos de Jornada Feliz! Sinta-se especialmente convidado a estar conosco nesta grande Festa!
             Parabéns, assembleianos!





domingo, 2 de junho de 2013

Que tipo de filho é você?


 
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

 
Uma das mais conhecidas parábolas de Jesus, a do filho pródigo, narra uma parte difícil da história de um pai e seus dois filhos. O mais moço resolveu pedir ao pai sua parte na herança, partindo depois para uma terra distante, onde passou a viver dissolutamente até dissipar seus bens. Sobrevindo àquele país uma grande fome, o jovem começou a passar necessidade e foi trabalhar guardando porcos no campo. Ali, desejava fartar-se da comida dos porcos, mas ninguém lhe dava nada.
Caindo em si, ele resolveu voltar para casa e pedir perdão ao pai, inclusive rogando-lhe que o tratasse como um de seus trabalhadores. Já perto de casa, o pai o avistou e correu ao seu encontro, o abraçou e o beijou. Bem o filho começou a pedir perdão, o compadecido pai disse aos seus servos para trazerem depressa a melhor roupa e vesti-lo, colocar-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; e ainda mandou matar o boi cevado, oferecendo um grande banquete por causa do seu retorno.
Quando o filho mais velho voltou do campo, ao ver a festança, chamou um dos criados e perguntou-lhe a razão daquilo. Ao ser informado que era por causa do retorno do irmão, ficou transtornado e não quis entrar. O pai, sabendo da situação, foi ao seu encontro e tentou acalmar o filho indignado; mas ouviu deste a queixa amarga de que seu longo e submisso serviço prestado jamais lhe concedera o bônus de um cabrito sequer para alegrar-se com seus amigos. Por fim, derramou sua mágoa: “Vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o melhor boi”. Então, o pai lhe respondeu: “Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu”. (Lucas 15)
Agora, compartilho uma história, que mais parece uma parábola, de um pai famoso e seu filho miserável. Aos 51 anos de idade, o pintor Paul Emile Gaugin tinha se unido a sua amante taitiana de 17 anos, sendo Emile o resultado dessa união. Quando Emile nasceu, Paul Gaugin celebrou o acontecimento pintando dois quadros: um deles está hoje no Museu Hermitage, em São Petersburgo; e o outro, pertence à família Rockefeller.
Entretanto, Paul Gaugin morreu quando Emile tinha três anos de idade. Emile viveu uma vida de pobreza, sob a zombaria de seus concidadãos taitianos pelo tempo que passou nas ruas de Papeete, dormindo e mendigando.
Emile era pai de 11 filhos, os quais, em sua juventude, muitas vezes o ajudaram a ganhar algum dinheiro vendendo seus desenhos a turistas como se fossem Gaugins originais. Porém, Emile jamais chegou a ter o mesmo talento do pai. Na época de sua morte, aos 80 anos, que passou praticamente despercebida, apenas um de seus filhos ainda tinha algum contato com ele. Frequentemente Emile dizia: “Se eu possuísse pelo menos um dos quadros de meu pai, eu teria sido um homem rico”.
Essas duas histórias obviamente nada possuem em comum, a não ser por revelar metaforicamente a realidade espiritual de não poucos filhos de Deus. Há quem, como Emile, se sinta como pária espiritual, sem participar das riquezas celestiais do Pai das luzes. A imagem que tem de Deus, como Pai, não vai além da figura mesquinha de seu próprio pai. Como seu relacionamento com a realidade espiritual apenas reflete isto, fica sempre a desejar – deseja ser feliz, receber cura, viver com um propósito, se dar bem. E como tudo parece distante demais, apenas diz: “Ah, se eu tivesse!”.
Há quem se comporte como o filho mais velho da parábola. Tem tudo, mas nada possui. Tudo está à disposição, mas não se sente parte de nada. Quando alguém é abençoado, reclama. Se outra pessoa é escolhida para liderar algum trabalho, sente-se desprestigiada e começa a murmurar. Não faz nada, mas basta alguém tomar a iniciativa, já coloca obstáculos; fica enfezada, é do contra. Quando um pobre pecador retorna ao Pai e recebe o perdão, e com este a alegria e as muitas bênçãos da vida nova, diz como o filho mais velho: “Estou aqui há tanto tempo e não me deste nada”.
Muitos repetem que “Deus é Pai”, mas isso é apenas uma frase com verniz religioso; não significa que sejam Seus filhos, ou que Deus seja “seu” Pai. Não se sentem incluídas nas bênçãos do relacionamento com Deus, tampouco se consideram herdeiras das riquezas celestiais.
       O quadro que a Bíblia mostra de Deus como Pai demonstra que Ele não nos deixa órfãos nem nos abandona, antes, nos ama e quer se relacionar conosco. Que Deus é Pai, ninguém duvida. Mas o tipo de filho que somos é demonstrado tanto no nível de relacionamento com o Pai, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nos lugares celestiais em Cristo (Ef 1.3), como também pelo uso que fazemos dessa herança recebida. Que tipo de filho é você?



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