Rebekah Câmara
Assembleia de Deus em Belém
Jesus
se utilizou de um recurso didático muito eficaz, que se vale de figuras
e experiências do cotidiano para ilustrar verdades e fixá-las na
memória de quem as escuta, conhecido como parábola. Uma das parábolas
mais conhecidas, a do semeador, está registrada nos evangelhos de
Mateus, Marcos e Lucas, conhecidos como sinópticos, e poderia também ser
chamada de parábola dos solos, pois seu ponto central é como os
diferentes tipos de solo recebem a semente.
De
inicio, imaginamos que Jesus estava dando uma aula de agricultura,
descrevendo solos endurecidos, rochosos, cheios de espinhos e também os
férteis. Mas, de fato, não era de agricultura que Ele queria falar. Ele
apenas usou a simbologia dos solos para descrever os estados do nosso
coração. A semente, como Ele mesmo explicou, era a palavra do Evangelho,
e o campo era o mundo. Na história, um semeador saiu a semear e,
lançando as sementes manualmente, findou atingindo os quatro tipos de
solo.
No
tempo de Jesus, as estradas passavam pelo meio dos campos. Pessoas iam
pisando e endurecendo o chão. As sementes que porventura caíssem ali,
não eram acolhidas pelo solo duro e eram presa fácil de pássaros
famintos, que facilmente as arrebatavam. Um coração duro, igualmente,
não acolhe a mensagem do Evangelho.
Como
dizia o grande pregador Myer Pearlman: “Nada comove um homem ou mulher
endurecidos. Suas almas são trilhos batidos por uma procissão contínua
de casamentos, enterros, festas, prazeres e negócios. Seus corações,
duras estradas onde a impressão da mensagem, ainda que poderosa, é
facilmente apagada.” Dúvida ou incredulidade facilmente arrebatam
qualquer semente que cair ali.
O
solo daquela região, em Israel, é rochoso. Às vezes, grandes rochas
tinham uma fina camada de terra que, recebendo a semente, acolhia-a, e
esta germinava. Mas, quando a tenra plantinha nascia, não sobrevivia,
pois o sol secava a terra e a plantinha não tinha onde fincar suas
raízes, que topavam com a rocha. Isso representa aqueles que acolhem a
mensagem do Evangelho, mas, diante da primeira dificuldade séria,
desistem de Deus.
Esses
racionalizam: “Ora, se Deus existisse ou se importasse comigo, isso não
estaria acontecendo.” Fácil assim, a tenra plantinha da fé morre. O
calor das provações da vida a matou.
Típico
também dos solos da região, o espinheiro, além de sobreviver, conseguia
prosperar e era difícil se livrar dele. Pequenas porções da raiz que
ficassem na terra, quando este era arrancado, brotavam novamente. O
semeador, vendo a terra limpa, lançava a semente satisfeito, não
imaginando que, junto, cresceria o espinheiro que sufocaria suas
plantinhas, pois seus galhos se alastrariam e tomariam conta de tudo.
Creio que essa seja a competição mais insidiosa. Tudo parece bem, alguém
recebe a mensagem do Evangelho em seu coração, mas eis que, junto com
ela, lado a lado, cresce o espinheiro, que Jesus descreve como sendo as
preocupações desse mundo e a fascinação das riquezas.
Nada
mais atual que isso. Esses também racionalizam: “Ah! Eu acredito em
Deus, mas eu não tenho tempo de ir para a igreja, nem de ler a Bíblia.
Primeiro, eu preciso comprar carro, casa, subir na vida... e depois,
terei tempo.” E a plantinha da fé será paulatinamente sufocada.
Surpreendentemente,
o solo daquela região é muito fértil. Só precisa ser arado e irrigado
para dar uma colheita frutífera. Assim é o interior daquele que, além de
acolher a semente, cuida do solo do seu coração com perdão e o irriga
com a Água da Vida. A semente da fé crescerá e produzirá frutos
maravilhosos na vida dessa pessoa.
Que tipo de solo descreve o seu coração?
Você já se perguntou, no seu íntimo: “Por que não consigo ter fé? O que está errado comigo?”
Saiba
que o coração, embora comparado ao solo, é diferente; ele pode mudar.
Um coração endurecido pode se tornar num coração arrependido. Jesus dá a
dica ao explicar a parábola: “Pois a mente deste povo está fechada:
Eles taparam os ouvidos e fecharam os olhos. Se eles não tivessem feito
isso, os seus olhos poderiam ver, e os seus ouvidos poderiam ouvir; a
sua mente poderia entender, e eles voltariam para mim, e eu os curaria!”
(Mt 13.15).
Você quer ter fé? Abra o seu coração para Deus. Sua vida vai frutificar.
A
propósito, nessa semana, a Assembleia de Deus em Belém realiza a
Congresso Nacional de Mulheres, cujo tema é: “Semeando Vida”. Ele é
inspirado nessa mesma parábola do semeador proferida por Jesus.
Assim,
dentro do contexto desse Congresso, convém perguntar: mulheres podem
ser semeadoras? Claro! Basta lermos que elas não apenas estavam
presentes quando Jesus ensinou a parábola, mas eram parte da Sua
caravana por onde Ele andava (Lc 8.1-3).
O
Congresso está acontecendo no Centenário Centro de Convenções, que
recebeu mais de vinte mil mulheres nas duas primeiras noites do evento,
que se encerra esta noite. Caravanas e preletoras de todas as regiões do
Brasil estão presentes. Dentre elas, a ex-ministra Marina Silva.
Será um prazer ter você conosco. Venha e deixe Deus semear vida no seu coração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário