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DUBLIN - Autoridades da Igreja Romana Católica da Irlanda esconderam abusos sexuais contra mais de 300 crianças por padres em Dublin, de acordo com um documento de 700 páginas publicado nesta quinta-feira.
Segundo o relatório, o acobertamento pelo acerbispado de Dublin teve como objetivo "manter o segredo, evitar escândalos e proteger a reputação da Igreja", sem levar em consideração o bem-estar das crianças.
O documento acusa principalmente quatro arcebispos por não terem denunciado à polícia os abusos cometidos por 46 padres na diocese de Dublin entre 1975 e 2004. Além disso, afirma que o Estado "facilitou" essa omissão ao não aplicar as leis igualmente para a Igreja. Segundo Dermot Ahern, o ministro de Justiça irlandês, todos os policiais que obstruem uma investigação deveria ser processados, e prometeu que "não vai haver esconderijo" para padres pedófilos.
De acordo com a bloomberg, um único padre investigado chegou a confessar ter molestado mais de 100 crianças, enquanto outro falou que abusava de crianças a cada duas semanas por 25 anos.
Ahern destacou a "ironia cruel de uma igreja que, motivada em parte pelo desejo de evitar o escândalo, criou um outro, de dimensão incrível", classificando o relatório como um "catálogo de atos maléficos cometidos em nome do que era considerado como o bem geral".
Diarmuid Martin, o Acerbispo de Dublin, disse ter se sentindo "envergonhado" com o relatório, e que medidas para cuidar das crianças deverão ser "rigorosamente" observadas.
Esse relatório emerge seis meses após o Ryan Report, que chocou o país ao revelar que o abuso infantil era "endêmico" na Irlanda desde a década de 30 em instituições para crianças dirigidas pela Igreja.
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