Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém
Há, geralmente, quatro tipos clássicos de cidadãos, relativamente aos quais a sociedade pode ser subdividida: cínico, cético, crédulo e crente. Quem é uma coisa não pode ser outra, ao mesmo tempo, embora possa alternar, vez por outra, essas características. Conhecer melhor esses “estereótipos” exige as seguintes definições:
Cético. É o descrente, aquele que duvida de tudo. Filosoficamente falando, ceticismo é uma atitude segundo a qual o homem não pode chegar a qualquer certeza no domínio de determinado conhecimento.
Cínico. É o partidário do cinismo, cujo comportamento pode ser imprudente e ostentar princípios e praticas imorais ou obscenas. No teatro como na vida, identifica um típico personagem que representa o indivíduo sem escrúpulos, hipócrita, sarcástico e oportunista.
Crédulo. É o que crê facilmente, sem malícia, ingênuo; não pesa as coisas nem examina as ideias e tudo crê sem nenhum esforço.
Crente. É o que acredita em alguma coisa. Neste caso, não estamos falando no sentido religioso amplo de quem tem fé em Deus. Ironicamente, estamos tratando do crente como a identificação do indivíduo que leva demasiado a sério suas obrigações e por elas tem entusiasmo e nelas acredita piamente.
Agora que já fizemos as apresentações dos termos, vamos a duas necessárias aplicações de onde, como cidadãos, nos encontraríamos em termos de julgamento pessoal:
MENSALÃO. Embora digam que a prática de comprar apoio político subornando parlamentares seja antiga, o fato de ter sido escandalosamente utilizada pelo governo anterior foi finalmente desmascarada e punida pelo Supremo Tribunal Federal. Desde que o escândalo irrompeu, qual foi o seu real sentimento a respeito?
Se achou que tudo terminaria em pizza... então você é cético!
Se em algum momento desejou estar entre os beneficiados pela dinheirama porque, afinal de contas, poderia usufruir facilmente de um conforto a mais ou “subir” de classe... então você é cínico!
Se achou que os tais corruptos e corruptores são apenas uns “coitadinhos”, ou talvez que o roubo não foi tão grande assim, mas apenas “erros”, comparado aos propalados e “comuns” desvios de dinheiro de vários órgãos públicos... então você é crédulo!
Se acreditou que o Brasil continuaria mudando irreversivelmente para melhor e que, certamente, os instrumentos jurídicos eficazes de punição desses larápios seriam amplamente utilizados “como nunca antes na história deste País”; se acreditou que este País não é moralmente débil, como alguns querem fazê-lo parecer, e que a presente geração deixará um Brasil melhor para seus filhos e netos... então você é crente!
HOMOSSEXUALISMO. Os ativistas gays querem nos fazer acreditar: que existe uma causa homossexual, como autêntico movimento de massa; que têm o direito de reivindicar mais direitos e de, inclusive, terem tratamento “especial” e acima dos demais cidadãos. Houve um tempo em que a homossexualidade era tratada como doença. Os gays lutaram e conseguiram uma guinada para que sua situação fosse entendida como “opção sexual”. Agora, querem nos fazer crer que são o que são porque tudo é geneticamente determinado. Bem, não dá para ignorar suas reivindicações nem tampouco seus alardes, muito menos a realidade de sua existência como cidadãos. Mas com qual posição abaixo você se identificaria?
Se você acha que isso não lhe diz respeito e que a militância gay quer apenas acabar com o preconceito contra o homossexual... então você é cético!
Se você acha que os gays precisam de mais direitos e que os direitos consagrados de todos os outros cidadãos não são suficientes para protegê-los igualmente; que toda opinião contrária aos interesses da militância gay é homofobia... então você é cínico!
Se você pensa que a violência contra alguns homossexuais são maiores proporcionalmente que a dos demais cidadãos, que os gays estão sendo hostilizados pela maioria da população por causa de sua condição homossexual, e que criar mais leis vai favorecer toda a sociedade... então você é crédulo!
Se você entende que todos os cidadãos são iguais perante a lei, que os homossexuais precisam ser respeitados como pessoas, assim como respeitar as demais pessoas; que a militância gay quer privilégios e não responsabilidades, quer respeito, sem, contudo, ter o dever de respeitar crenças e costumes consagrados; que homossexualidade é uma questão comportamental, cuja opção é de escolha pessoal e que, um dia, cada pessoa dará contas de si mesmo a Deus... então você é crente!
Estes dois exemplos bastam para indagarmos: afinal, quem é você e o que está fazendo para mudar este País para melhor?
É fácil ser cético e apostar no “deixa como está para ver como é que fica”. É fácil ser cínico e fazer de conta que sempre se pode tirar vantagem de alguma coisa. É igualmente fácil ser crédulo, ir passando pela vida e não viver.
Difícil é ser crente, quando sê-lo pressupõe não somente querer que as coisas mudem, mas também contribuir efetiva e responsavelmente numa mudança para melhor e visando ao bem de todos. Viva o crente!
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